Paiva admite jogadores em baixa no Bahia, cita maratona, mas diz: “Quem não responder, não joga”
Em meio à conquista do 50° título do Campeonato Baiano, o treinador do Bahia, Renato Paiva, também tem a consciência de que tem em mãos um elenco que pode render ainda mais. Ao longo da temporada 2023, o treinador não abriu mão de fazer mudanças no time titular sempre que necessário, seja por lesão, suspensão ou até queda de rendimento técnico.
De acordo com o técnico português, a maratona de jogos nos primeiros meses de 2023 afetou o rendimento de alguns jogadores. Paiva encara como natural a oscilação, mas deixa claro também que quem não estiver entregando o esperado não vai jogar.
- Os jogadores começaram, jogaram bem, depois caíram. O futebol é cíclico, vive de momentos. Nesse momento, quem não está a entregar aquilo que tem que entregar, não está jogando. Estamos em um processo de correção. E com 20 jogos em dois meses é complicado. Vinte jogos em Portugal é a primeira volta do Campeonato Português, que leva seis meses. E aqui as pessoas querem que o Bahia jogue bem sempre, que eu não faça rodízio, mas é humanamente impossível. A gente vai fazer eles crescerem aos poucos.
“O trabalho está sendo feito, e quem não responder, não vai jogar. Não sou kamikaze, não sou suicida, quero ganhar. Quero que o Bahia ganhe sempre”, diz.
Para minimizar o desgaste, Renato Paiva, de fato, rodou o elenco do Bahia, chegando a usar a equipe sub-20 em duas partidas e até um time reserva na Copa do Nordeste. Em três meses de temporada, o treinador sequer repetiu a escalação titular em jogos seguidos.
Mas também ficou claro que nem sempre as mudanças se deram por desgaste físico ou suspensão. Ao longo do trabalho de Renato Paiva, alguns jogadores perderam espaço na equipe. Um deles foi o atacante Kayky, que chegou a ser titular do time, mas tem apenas 30 minutos em campo nos últimos quatro jogos e sequer jogou a última partida contra o Jacuipense.
Outro que perdeu relevância na equipe, principalmente se comparado a 2022, foi o meia Lucas Mugni. Titular absoluto na temporada passada, o argentino tem 19 minutos nas última quatro partidas do time, sendo que em duas não saiu do banco de reservas.
Já o volante Diego Rosa, reserva imediato de Rezende, também não engrenou na equipe tricolor e tem somente 15 minutos em campo nos últimos quatro jogos.
Time em evolução
Contudo, nem sempre as mudanças de Renato Paiva surtiram efeito. O início de temporada do time foi de altos e baixos e algumas derrotas marcantes, como as sofridas contra o Fortaleza e Sport, por 3 a 0 e 6 a 0, respectivamente. Além disso, a equipe contou com um time cheio de garotos do Fluminense-PI e praticamente encerrou as chances de classificação na Copa do Nordeste.
Entretanto, o final da campanha até o 50° título baiano foi mais estável. A equipe venceu três dos últimos quatro jogos e obteve 83% de aproveitamento. Coincidência ou não, foram os quatro compromissos que o técnico Renato Paiva passou a usar um esquema tático com três zagueiros desde o início das partidas.
Novas mudanças por vir
Contudo, mesmo com a evolução nos últimos jogos, as mudanças no Bahia de Renato Paiva devem seguir para o Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. Nos últimos dias, o Esquadrão fechou a contratação de atletas mais experientes como o zagueiro Vitor Hugo, o meio-campista Thaciano e o atacante Ademir. Todos eles chegam com status de titular.
- Contratações do Bahia para 2023: veja quem chega, quem fica e quem vai embora
Todos os novos contratados do Bahia estão regularizados e podem estrear pelo time no Campeonato Brasileiro, no dia 15 deste mês, contra o Bragantino. Na Copa do Brasil, contudo, apenas o meio-campista Thaciano não pode jogar pelo Tricolor, uma vez que já atuou pelo Grêmio.
Fonte: GloboEsporte