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POR QUE SERGIO MORO BATE MAIS EM LULA DO QUE EM BOLSONARO; ANÁLISE

Sergio Moro costuma criticar Lula e Jair Bolsonaro, mas o petista recebe muito mais ataques do ex-juiz do que seu antigo chefe. A postura tem um razão eleitoral. Moro quer conquistar eleitores de Bolsonaro, mais próximos ideologicamente à sua campanha, também no campo da direita.

Só que poupar Bolsonaro pode lhe trazer outro problema: aumentar a percepção de parte do eleitorado de que ele se assemelha em demasia com o presidente. Seria, segundo esses críticos, um Bolsonaro com verniz.

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Há um constrangimento a mais. Quando ministro, Moro ficou em silêncio durante um ano e quatro meses em relação a boa parte do que ele teria a criticar sobre Bolsonaro. O extremismo do presidente, os indícios de corrupção, o desmonte do combate a ela, o excludente de ilicitude, tudo isso já havia era tinha ocorrido ou era evidente em abril de 2020, quando ele pediu para sair.

É com Lula que ele quer rivalizar, também como uma forma de dizer ao eleitor antipetista que ele, e não Bolsonaro, é capaz de deter o ex-presidente. Desde que se filiou ao Podemos, Moro fez seis postagens atacando Lula, e somente uma criticando Bolsonaro.

Os adjetivos atribuídos a Lula são sempre mais pesados do que os dispensados a Bolsonaro. Sobre Lula, diz que o ex-presidente tem tendências autoritárias de querer “controlar a mídia”, que “fez um rombo” nas contas públicas do país e que é “negacionista da corrupção”. Já Bolsonaro nunca é citado diretamente. O ex-ministro apenas fala sobre o “descaso” do governo federal e critica propostas apoiadas pelo presidente, como a PEC dos Precatórios. De resto, o poupa. Por Guilherme Amado / Metrópoles

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