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CEO do Bahia detalha integração à “família City” e revela interesse na gestão da Arena Fonte Nova

A primeira entrevista de Raul Aguirre, dois meses após ter sido confirmado como CEO do Bahia, tratou de vários assuntos, entre eles o período de integração do Tricolor à “família City” e o interesse na gestão da Arena Fonte Nova. Nesta segunda-feira, o clube divulgou a conversa com o dirigente peruano, realizada no Museu do clube baiano, e que também tratou de formação de uma nova liga no futebol brasileiro e de mudanças no plano de sócios.

De acordo com o CEO do Tricolor, o momento é de integração do Bahia com o City Football Group e tudo que o cerca, como a chegada de novos patrocinadores e melhora da estrutura do CT Evaristo de Macedo.

  • Nós temos uma missão inicial e indispensável, que é o que nós chamamos de integração do Bahia na família do City e, ao mesmo tempo, temos a missão de que o City Football Group contemple devidamente o clube, o Bahia, e que essa integração seja mútua. Então, a gente já tomou uma série de iniciativas imediatas, trouxemos algum patrocínio também com a AXI, a gente já comprou equipamento médicos, para o centro de treinamento e para os atletas, compramos também equipamentos de ginástica, fizemos alguns ajustes, mas é ainda um início. A gente está com muitos planos, está elaborando muitos planos para começar a implementar, depois que essa integração, que é uma integração em todos os níveis, processos, sistemas, finanças, negócios e, certamente, a parte esportiva estiver completa – detalhou o peruano.

O dirigente também aproveitou para explicar qual o seu papel à frente da SAF tricolor. De acordo com Aguirre, suas funções passam muito por uma estruturação dos negócios do clube. Além disso, o dirigente aproveitou para se apresentar ao torcedor do Bahia.

  • Antes de mais nada, acho que nós, agora também me inclui, então nós, a figura do CEO é a figura do executivo ou chefe. Agora, existe o Bahia SAF, que é a Sociedade Anônima do Futebol do Bahia, ela tem uma estruturação de negócios. O que isso significa? Significa que há uma governança, há estatutos, há processos e protocolos que agora são seguidos por esse lado de negócios e, portanto, o CEO é o executivo chefe que está no comando de todas essas decisões – iniciou.
  • Quanto a me apresentar, você já falou que eu sou Raul, lá ele, né!? Isso foi ensinado para mim, aqui, por alguns locais que me orientaram a sempre me proteger nesse sentido. Então, eu observo muito isso, estou obedecendo essa instrução. E começando, eu sou economista, formado no Peru, fiz um mestrado na Administração de Negócios, na Universidade Michigan, nos Estados Unidos. Há 31 anos, vim para o Brasil para trabalhar em consultoria da gestão, trabalhei em diversas multinacionais de consultoria de alta gestão de várias indústrias. Em termos de especialização funcional, sempre trabalhei em telecomunicações e no mundo digital. Então, eu tenho ajudado muitas empresas, também nesse trabalho de integração, justamente, de reestruturação, e essa experiência desses 31 anos, acho que são o que me colocou e me qualificou para estar hoje aqui – complementou Aguirre.

Interesse na Arena Fonte Nova
Raul Aguirre também revelou o interesse do Bahia na gestaão da Arena Fonte Nova. De acordo com o CEO do Tricolor, há o objetivo de participar de uma parceria com a administração do estádio ou até mesmo de tornar-se dono da praça esportiva, mas tudo depende de abertura da concessionária que o administra ou do próprio governo da Bahia.

  • A gente tem muito interesse no ativo da Fonte Nova. Seja para participar da administração ou até em um dia, eventualmente, da propriedade, dependendo de um conjunto de condições. Desse conjunto de condições, certamente, a principal, nossa plena consciência que isso é um ativo que pertence ao povo do estado da Bahia, representado pelo governo. Para nós prosseguirmos com qualquer interesse, nós temos que também ter uma anuência manifestação do dono do ativo. Neste caso, o governo. Para a gente participar da administração, nós temos que ter a mesma situação com a concessionária. Havendo abertura, tanto da concessionária quanto do governo, para iniciar um diálogo uma avaliação. Repito, nós teremos o maior interesse – explicou Aguirre.

O CEO do Bahia também disse que um plano popular de sócios está em fase final de estudos. A ideia é fazer o número de associados continuar em crescimento.

  • Nós teremos algumas mudanças. Estamos estudando, já em fase final, a introdução de um plano popular que nos ajude a atingir o próximo patamar. Acabamos de bater a marca 50 mil pessoas. Portanto, imediatamente, vem aspiração. E por que não 70 mil? Então, umas ferramentas… será o lançamento desse plano que, como eles estão em fase final de preparação, que a gente espera que agrade muito a uma base grande de torcedores e, assim, outras mudanças virão – disse Aguirre.

Confira outros trechos da entrevista de Aguirre
Já se considera um peruano baiano?
Sem dúvida né, como falamos mais do que a metade da minha vida já passei aqui no Brasil e agora estamos no início dessa caminhada aqui na Bahia, e eu espero um dia ser considerado o peruano mais baiano.

Lado passional

  • Sim, com certeza é um vetor bastante novo, né?! E especialmente para mim, pelo menos, muito impressionante a intensidade da torcida e as manifestações da torcida. Então, isso é um vetor que a gente considera muito no relacionamento que existe através das mídias sociais e outros canais e, certamente, essas opiniões que são invertidas. Então, além de uma tocada tradicional de negócios, que quem sabe é muito precisa, até matemática, poderia dizer, nós temos que incorporar toda essa manifestação e temos que estar muito atentos e certamente com respeito a Deus. Preso pela torcida, por todos os componentes do clube.
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Relação com Cadu Santoro no dia a dia?

  • A área de negócios, ela é uma plataforma que tem que viabilizar, facilitar e potencializar tudo aquilo que for relacionando a que o desempenho da equipe de futebol seja melhor e sempre mais efetivo. Então, nesse sentido, há uma responsabilidade pela vertical de negócios, mas há uma outra responsabilidade, neste caso do Cadu, pela vertical do futebol. Ele é responsável, tecnicamente, por escolher o esquadrão, estruturar as equipes de treinadores, fisioterapeutas e etc… E eu sou responsável por essa plataforma de negócios, e o que é essa plataforma? É a que tem a ver com patrocínios, com a marca, com licenciamento de produtos, com parcerias e que, portanto, também coloca uma plataforma financeira para que a equipe de futebol navegue cada vez melhor. Nesse sentido, o Cadu tem uma responsabilidade, é muito definida e eu tenho uma responsabilidade, que é supervisionar todas as decisões da equipe e nós temos uma relação profissional, e eu arrisco dizer que é pessoal e muito positiva.

Liga

  • Nós somos claramente a favor da formação de uma liga do futebol brasileiro e tem algumas razões muito específicas. A primeira é que os clubes têm uma governança, mas entre aspas própria para que possam ser parte muito ativa. O segundo para que essa liga traga uma transparência e um gerenciamento muito proativo e também com a participação dos próprios times, né?! E a terceira razão eu diria que porque o entorno correto para gerar uma maior profissionalização do futebol brasileiro, como já está acontecendo, né?! Então o resumo disso é mais e melhor futebol. E o resultado disso, por exemplo, pode ser por que não aspirar um dia que a liga brasileira seja transmitida no mundo todo, como outras ligas são, e como tornar o futebol brasileiro um produto mundial, né?! O Brasil sendo um dos diversos ou maior berço do futebol, sendo um dos maiores exportadores de talento de futebol no mundo, pode aspirar pelo menos isso.

Receitas do Bahia

  • São várias. Com certeza patrocínios, parcerias e negócios, investimentos de marca, licenciamento de produtos, mas, também, há um setor que estamos interessados que se chama entretenimento no estádio. Então, realmente tornar o estádio uma plataforma de entretenimento familiar para grupos, para empresas, e a gente acredita que ela é enorme para a gente explorar esse setor também, além de todos os outros que eu mencionei.

Avaliação do corpo de trabalho do Bahia

  • A gente encontrou um conjunto enxuto de funcionários extremamente qualificados, extremamente motivados. E eu diria com um componente de paixão que eu nunca vi antes em qualquer empresa. Esse é um projeto de crescimento, de aumento de receita. Esse é um projeto de aumento da equipe. Este não é um projeto de reestruturação, de corte de nada. Então, para mim foi muito agradável e está sendo muito motivador também conhecer esse pessoal da nossa equipe que, aos poucos, estou conhecendo. Mas que, realmente, tem me impressionado muito positivamente.

Marca própria

  • A marca Esquadrão tem sido um componente muito positivo. Os produtos, na avaliação da gente, são muito bons, muito bonitos. Tem a questão da participação dos torcedores desenharem as camisas. São tradições que a gente certamente vai respeitar ao máximo possível. Mais uma vez, nossa missão aqui é preservar todas as tradições e toda a herança do clube. De saída, a ideia é preservar a marca Esquadrão e preservar esse conjunto de produtos. Então, pode ser que haja alguma abertura a outros patrocinadores que são parte do City. É natural que, sim, que haja uma consideração, mas essa consideração sempre levará em contexto o que já existe hoje e que não haveria em princípio uma razão para modificar.

Agradecimento

  • Muito obrigado. Para mim foi uma honra poder estar aqui hoje. E do Raul vocês podem esperar três coisas: trabalho, motivação e entusiasmo. O início de uma caminhada para levar o Bahia de volta ao topo do futebol brasileiro e do futebol e do futebol sul-americano também.

Fonte: GloboEsporte

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